Coordenador de Logística: Funções, Desafios e Perspectivas de Carreira

Por trás de operações eficientes, está o coordenador de logística, profissional responsável por alinhar equipes, processos e tecnologia para garantir entregas ágeis, controlar custos e superar desafios como infraestrutura e exigências do mercado.

Nos últimos anos, avanços tecnológicos trouxeram novas oportunidades e exigências ao setor, tornando a atuação desse especialista ainda mais crucial para o crescimento sustentável das organizações.

O que faz um Coordenador de Logística?

Diferente do que muitos imaginam, um coordenador de logística não é apenas “quem organiza caminhões”. Seu papel é alinhar a estratégia da empresa com a execução. Entre as principais atividades estão:

• Gestão de equipes: supervisiona e desenvolve colaboradores, promovendo treinamentos e reestruturação de escalas quando necessário.

• Controle de estoque e demandas: monitora entradas e saídas, faz previsões de demanda, organiza fluxos de pedidos e se antecipa ao excesso ou falta de produtos.

• Roteirização de entregas: define as melhores rotas para entrega considerando distância, trânsito, custos e prazos, muitas vezes utilizando plataformas como SimpliRoute para otimizar trajetos e minimizar desperdícios.

• Supervisão de entregas: acompanha saídas, confere volumes, documentos e controla qualidade dos produtos transportados para garantir a satisfação do cliente.

• Gestão de relacionamento: atua como ponte entre equipes, fornecedores e transportadoras, com foco em comunicação clara, rápida resolução de imprevistos e colaboração entre setores.

Habilidades essenciais para atuar na área

Para se destacar como coordenador de logística é recomendado desenvolver:

• Organização e planejamento

• Análise de dados e tendências

• Gestão de custos e estoque

• Competências interpessoais (liderança, empatia)

• Familiaridade com sistemas logísticos como plataformas de otimização de rotas, ERPs, TMS, WMS

• Adaptabilidade diante de imprevistos e desafios diários

• Comunicação clara (entre equipe de campo, clientes internos e externos)

• Negociação (com transportadoras, fornecedores, clientes)

Desafios mais comuns do cargo

Custo vs. nível de serviço

O coordenador vive em um equilíbrio delicado: o cliente quer entrega rápida, perfeita, muitas vezes gratuita ou barata; a operação enfrenta custos crescentes (combustível, pedágio, manutenção, mão de obra). Prometer muito sem ter base operacional pode gerar prejuízo ou insatisfação.

Uma boa fonte de estratégias práticas para reduzir custos logísticos e aumentar eficiência encontra-se no artigo "Logística Empresarial: Estratégias para Reduzir Custos e Aumentar a Eficiência".

Sazonalidade e picos

Datas como Black Friday, Natal ou liquidações trazem volume de pedidos muito acima do normal. É preciso antecipar contratação de pessoal, frota adicional, ajustes de estoque, rotas alternativas, preparação de estoque em pontos satélite.

Última milha e janelas apertadas

Entrar com veículo em zonas restritas, trânsito imprevisível, períodos de congestionamento, acesso a portarias de condomínios, restrições de horário em centros urbanos, tudo isso torna as rotas menos previsíveis. Janelas com períodos curtos de entrega (por exemplo, “entre 10h-12h”) exigem muito planejamento e visibilidade real do percurso.

Pessoas e segurança

Motoristas cansados, condições de trabalho difíceis, necessidade de atendimento em vários turnos, cumprimento de normas de segurança, documentação, treinamento constante. Isso envolve também gestão de equipes externas ou frota terceirizada e assegurar compliance e cultura de segurança.

Regulamentações e compliance

O segmento requer atualização constante sobre legislações e boas práticas, além de controle rigoroso de documentos e conformidade com padrões de qualidade.

Rotina e ferramentas do dia a dia

Sistemas críticos

No cotidiano, o coordenador depende de sistemas que tornam possível gerenciar operações complexas com eficiência. Isso inclui:

• TMS (Transportation Management System): para planejar rotas, gerenciar motoristas e veículos, calcular custos e acompanhar execução.

• WMS (Warehouse Management System): controle de estoque, separação/picking, consolidação de cargas, preparação para despacho.

• Telemetria: dados em tempo real de localização, paradas, velocidade, consumo de combustível, manutenção, ajudando a antecipar problemas e otimizar rotas.

• Roteirização inteligente: softwares que calculam rotas levando em conta várias restrições (volume, peso, janelas de entrega, restrições de trânsito).

KPIs que importam

Alguns indicadores que um coordenador deve acompanhar de forma diária ou muito frequente:

• OTIF (On Time In Full) – entrega no prazo e completa;

• Custo por entrega – considerando todos os custos variáveis;

• Ocupação da frota – quão bem os veículos estão sendo aproveitados;

• Lead time porta a porta – desde o pedido até o cliente;

• Taxa de reentrega – cada volta extra custa caro;

• NPS logístico / satisfação do cliente – percepção real da experiência de entrega.

Tecnologia e IA potencializando a função

Roteirização automática e replanejamento em tempo real

Com softwares de roteirização como a SimpliRoute, o coordenador tem à disposição algoritmos que recalculam rotas se algo foge do plano: atrasos, pedidos adicionados, trânsito, falhas operacionais. Isso reduz desperdício de tempo e km, melhora o OTIF e permite uma resposta rápida ao cliente.

Previsões e priorização

Ao usar dados históricos (volumes por região, sazonalidade, performance passada), é possível prever picos e preparar equipes, veículos e rotas.

Visibilidade e comunicação

Rastreamento em tempo real, notificações automáticas ao cliente (via SMS/app), prova de entrega digital, dashboards operacionais que sinalizam exceções (veículo fora de rota, atraso, problemas no armazém). Tudo isso permite tomar decisões proativas, não apenas reativas.

Para entender como plataformas logísticas integram todos os processos e dashboards operacionais, veja também o artigo "Plataforma Logística: O que é e como ela pode transformar sua operação".

Perspectivas de carreira para o coordenador de logística no Brasil

As perspectivas são altamente promissoras, impulsionadas pela expansão do setor e contínuo avanço tecnológico.

O mercado logístico brasileiro registrou um aumento de 94,7% nas vagas de emprego em 2024, refletindo a crescente demanda por profissionais qualificados.

Oportunidades de crescimento

• Profissionais experientes podem avançar para cargos de gerência, supervisão de supply chain ou consultoria estratégica, especialmente com domínio em tecnologias de roteirização e acompanhamento de KPIs logísticos.

• Com a implementação de sistemas digitais avançados, empresas buscam coordenadores de logística que sejam líderes adaptáveis e capazes de impulsionar mudanças e produtividade com o suporte de soluções inteligentes.

Salário e qualificação

• O salário médio para o cargo de coordenador de logística é de cerca de R$ 8.000 por mês, variando entre R$ 5.000 e R$ 10.000 conforme os anos de experiência, porte da empresa e complexidade da operação, segundo estimativas do portal Glassdoor.

• A qualificação técnica e o conhecimento em ferramentas de automação logística são diferenciais essenciais para quem busca uma escalada rápida na carreira.

Assim, investir em desenvolvimento profissional, atualização constante e uso de plataformas digitais é fundamental para coordenadores de logística que aspiram posições mais elevadas e experiência completa no mercado nacional.

A carreira de coordenador de logística demanda responsabilidade estratégica, liderança e atualização constante. O setor está em expansão acelerada no Brasil, prometendo excelentes perspectivas para quem investe em capacitação.

Ser coordenador de logística hoje é estar no centro de decisões, não um cargo de bastidor, mas de liderança operacional.